poemas de tanta harmonia, quanto sutileza em seus versos, que fazem o leitor meditar e viajar pelo infinito!
Vai, poesia, leva a toda parte,
nas asas do sentimento, esta mensagem eólia,
traduz em todas as línguas o lúcido discurso,
a notícia peregrina do amor universal.
Sê a nuvem de esperança que flutua pelo céu,
a brisa que retempera os corpos extenuados,
a água que refrigera a garganta ressequida
pela voz metalizada de duras imprecações,
o pólen que o vento leva p’ra fecundação do espírito,
a força da consciência que o homem não ouve mais.
Conduze a fala eloquente da fraternal afeição,
reeinsina o homem a amar.
Suplanta os credos extremos, as teses separatistas,
nivela num mesmo abraço os antípodas gerais;
reensina a perdoar.
Cura o vazio das almas que ao homem cristaliza,
que à mulher rouba-lhe a graça, e à criança a inocencia;
reensina-os também a crer.
Dize-lhes o bom que é chorar, que a lágrima é bálsamo
a enternecer corações.
Reensina o homem a sentir.
Que se descerrem os lábios na mesma doce canção;
reensina o homem a cantar.
Mostra-lhe a beleza dos astros, as divinas luminárias com que DEUS incendiou o negrume dos espaços.
Reensina-o a contemplar.
Vai, poesia, cumpre o destino sublime,
agita o teu verso branco
num amplo gesto de paz!
Por Fernando Pinto